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O
que são os Organismos Genéticamente Modificados
(OGM)?
Os OGMs são organismos aos quais foram introduzidos genes
estranhos, próprios de outros organismos completamente
diferentes. Por exemplo, uma batata não pode trocar
naturalmente os seus genes com uma bactéria.
Graças à engenharia genética, pode-se
fazer tal milagre e melhorar a produção.
Isto é um extraordinário campo de
investigação. De um dia para o outro, podemos
melhorar as culturas de modo a que tenham frutos maiores, sejam mais
resistentes às pragas, sejam mais nutritivos, etc,
etc Nasce assim a comida Frankenstein
(como já muitos lhe chamam) e uma enorme
controvérsia à sua volta. Serão
seguros? Quais as suas consequências?
É importante referir que os OGM já comprovaram os
seus méritos: as suas aplicações na
indústria farmacêutica têm ajudado na
luta contra várias doenças. A insulina humana,
por exemplo, é extraída de microorganismos
modificados.
Mas uma coisa é fazer experiências em
laboratório A polémica em torno desta
questão, nasce quando os agricultores de todo o mundo podem
produzi-los no seu backyard. |
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Facilmente Propagáveis
Bomba Biológica
As culturas transgénicas podem, facilmente, cruzar-se com as
convencionais da mesma espécie, o que significa que, quer se
queira quer não, todos os nossos alimentos terão
um certo grau de
contaminação.
No caso do milho, que já é cultivado em Portugal,
é obrigatória uma distância de 200
metros para culturas convencionais, e 300 metros para
biológicas mas pode ser substituído
por 50 metros desde que sejam colocadas 28 linhas de milho.
Estas distâncias, conferem uma fraca
protecção e são manifestamente
insuficientes, dado que o pólen pode percorrer
distâncias muito superiores.
Em todo o mundo, já existem casos em que os produtores
biológicos tiveram de desistir do ramo, por já
não terem sementes puras
estavam todas contaminadas. |
Principio
da Precaução
Generalizar a produção agrícola de
ONGs é abrir uma caixa de Pandora as
consequências serão imprevisíveis.
Historicamente, temos exemplos de produtos que inicialmente eram
considerados seguros e foram utilizados em grande escala. Lembram-se
dos CFCs? A princípio eram óptimos.
Estáveis, duráveis, não
poluentes até se descobrirem o seu efeito na
camada do Ozono e no aquecimento global.
Assim, as associações ambientalistas invocam a
aplicação do princípio da
precaução: as culturas não deviam ser
disseminadas, pois as consequências dos OGMs ainda
não são totalmente conhecidas.
Mais grave que isso a tecnologia usada, ainda não
é totalmente dominada. Já foram produzidos e
vendidos produtos com mais transgenes do que o previsto, como foi
admitido pela empresa Monsanto a mais conhecida do Sector.
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Os
OGMs por cá
Em Portugal já se pode cultivar milho
transgénico. As primeiras colheitas parecem ter sido
vantajosas: tiveram uma boa produção e
não precisaram de tantos herbicidas.
Receia-se que o futuro não seja tão
risonho
e se tais receios forem confirmados, já será
impossível voltar atrás.
Todos nós temos opção de escolha:
podemos escolher se queremos correr os eventuais riscos do seu consumo,
podemos escolher se queremos apoiar nesta
modificação radical no mundo. O problema
é que em breve pode não ser possível
optar, já que as alterações
serão irreversíveis. Parece que a maior parte da
população está receptiva ao problema e
prefere alimentos não modificados. Assim a
comissão europeia deliberou que é
obrigatório rotular os produtos, se 1% dos ingredientes
são GMs. Mais informações sobre os
OGMs no mercado em: http://weblog.greenpeace.org/ge/action.html
É um tema que, para a sua importância, tem sido
muito pouco falado. Estranhamente a oposição tem
sido feita maioritariamente por associações
ambientalistas apesar de as consequências afectarem-nos
à população em geral, agricultores
incluídos. É vital que haja uma grande
discussão e uma cuidada reflexão sobre os
Frankensteins que podem ser libertados. |
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Notas: |
Dado
que os OGMs comportam riscos, porquê utilizá-los?
Controle de pragas
As plantas podem produzir os seus próprios
insecticidas, o que nos poupa o trabalho de os aplicar; Outras
são resistentes aos herbicidas, logo poderão ser
aplicadas maiores quantidades para matar as ervas daninhas, sem
prejudicar as culturas.
Diminuição
da fome mundial mais comida=menos fome,
logicamente Mas só se a comida chegar a todos.
Actualmente a produção é suficiente
para todos, mas é mal distribuída.
Enriquecimento nutricional
Podem-se introduzir nutrientes em falta nos alimentos GM
Indústria
Farmacêutica Pode-se guardar os
princípios activos dos medicamentos, nos alimentos.
Diminuição das doenças
Melhoramento ambiental
Modificando plantas para recolherem maior quantidades de
contaminantes, podemos limpar o meio ambiente. |
E quais
serão os riscos?
Potencialmente
perigosos para a saúde Os testes
são rigorosamente feitos, mas por períodos
curtos; perigo de reacções inesperadas, q
não foram testadas, perigo de reacções
alergénicas;
Novas
doenças/organismos mais resistentes
Os vírus, quando expostos aos OGMs podem mutar para formas
mais perigosas. As bactérias patogénicas
também se tornam mais perigosas e resistentes.
Aumento do consumo
de herbicidas Se os OGMs são mais
resistentes porque não arrasar os trevos com toneladas de
herbicidas?
Aumento de
toxicidade da água, solo e dos alimentos;
Eliminação de organismos benéficos;
Aumento das resistências das ervas daninhas
por consequência directa do ponto anterior
SuperPragas!
Quando um OGMs cruza-se com uma espécie nativa,
criam-se híbridos com as resistências dos OGMs. E
como nos livrar desses organismos indesejados, se são
resistentes aos herbicidas?
Alteração
dos ecossistemas as plantas
trangénicas, se não têm predadores
naturais, facilmente competirão com as outras e, nalguns
casos, são tóxicas para a vida selvagem (mesmo
fora do campo de cultivo). |
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Questões
melindrosas sobre os OGMs
o Os testes de
segurança alimentar são feitos pelas companhias
que estão interessadas em vender.
o Os agricultores
não podem guardar sementes para a colheita seguinte.
Terão de voltar a comprá-las às
empresas detentoras das patentes; Assim as empresas conseguem um enorme
controlo na economia. A única excepção
é o arroz dourado que em
princípio será cedido gratuitamente, para atenuar
os problemas nutricionais que afectam principalmente a Ásia.
o Grande parte da
carne que comemos vem de animais alimentados com
transgénicos.
o As empresas de
OGMs conseguem duplicar os lucros quando fazem organismos resistentes
aos seus próprios herbicidas, para depois serem mais
largamente utilizados.
o A
formação sobre a utilização
de OGMs é deixada a cargo das empresas interessadas. |
Animais GMs?
Infelizmente
a ciência continua a dar passos no mundo sádico
das experiências com animais. Nenhum animal
Frankenstein foi ainda lançado no
mercado para consumo humano, mas os laboratórios
já mostraram com orgulho os seus novos
pupilos. Eis alguns exemplos:
o
Galinhas sem penas (Israel) mais facilmente processadas no
matadouro.
o Peixes
fluorescentes (EUA) inicialmente para o controlo da
qualidade das águas, deverão ser vendido como
peixe de aquário.
o Salmão
melhorado (EUA) - Crescimento mais rápido.
o Ratos
Florescentes (China) curiosidade académica. |
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