Política

Texto de Opinião por: Luís Henriques

Este artigo não pretende definir exaustivamente Política; nem pretende caracterizá-la cientificamente. Com base em alguns princípios lineares, tentaremos defender uma aplicação prática com vista à resolução dos problemas dos cidadãos.
Política pode definir-se como a acção de governo das nações, tendo em conta as necessidades materiais e espirituais do Povo.
Para fundamentar a Política, os Homens têm criado Ideologias que definem os seus actos de forma mais ou menos flexível na gestão dos problemas nacionais. Uma Ideologia é, então, um sistema coerente de ideias criadas por um grupo, para servir as suas aspirações. Uma ideologia política é um sistema coerente de ideias criadas por um grupo, para fundamentar uma opinião sobre a melhor forma de organizar um Povo num Território.
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Actualmente, é com perturbação que vemos dois elementos, indissociáveis, separados: a Política e o Povo. À definição de Política é inerente a proximidade dos cidadãos, o conhecimento da sua vida, da sua mentalidade, das suas necessidades. A Política, tal como está aplicada à realidade, não só não conhece os cidadãos, como usa o seu especial poder de gestão para administrar determinadas relações com grupos restritos, numa troca de privilégios, que não conhece a igualdade inerente ao governo de um País.
Temos personificado a Política, mas sabemos que se move na direcção pretendida por Seres Humanos. Os quais parecem cada vez mais alheados e menos competentes, servindo-se dos mecanismos do Estado para servir interesses particulares.
Após esta constatação, queremos sugerir que os Homens que estão presentes nos vários órgãos do Estado, em especial nos governos central e local, deviam reunir um conjunto específico de qualidades. O amor ao Povo é absolutamente necessário um sentimento elevado é inerente a uma Política, devendo, por exemplo, pensar-se duas vezes antes de declarar guerra a outro País, ou manter um débil Serviço Nacional de Saúde; conhecer o povo com pormenor saber o fundamento das práticas quotidianas e tradicionais das pessoas ajuda a compreendê-las e a legislar sabiamente e com coerência, construindo um sistema jurídico lógico, convicto, seguro e verdadeiramente popular; estar presente e junto dos cidadãos a Política não é uma acção de gabinete; deve estar na cidade, no campo, junto dos ofícios, deve dialogar com todos, numa procura de conhecimento das pessoas e de actualização (pois a realidade modifica-se). Note-se que esta proximidade não é opressora, não é espionagem, nem viola a intimidade das pessoas ou a sua liberdade. É uma procura de soluções, desinteressada e de boa-fé.
Quanto à ideologia, deve conservar o seu lugar de suporte às acções políticas, mas com limites. Os Homens podem estar convictos, mas não podem ser fanáticos. As ideias e a realidade devem ser habilmente articuladas. Aquelas devem ser suficientemente flexíveis para, por um lado, alterar as realidades harmoniosa e coerentemente para melhor e para, por outro, nunca forçar o curso dos factos, com grande prejuízo para as pessoas.
Na prática, os Homens da Política não sairiam à rua somente na altura de campanhas eleitorais, mas frequentemente para observar e conhecer o objecto do seu governo, para compreender alguns limites da aplicação da lei em relação a certos costumes, para procurar efeitos da governação e suas falhas, para esclarecer as pessoas. E tudo isto se faria tão normalmente como qualquer outro acto de governo, sem, por exemplo, suscitar a curiosidade dos media, porque o direito a ser governado é, todos os dias, incumprido de forma desonesta.

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