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Organismos Genéticamente Modificados (OGM)

por Factus FCT - quarta-feira, 18 de outubro de 2006 às 14:39
 
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O que são os Organismos Genéticamente Modificados (OGM)?
Os OGMs são organismos aos quais foram introduzidos genes estranhos, próprios de outros organismos completamente diferentes. Por exemplo, uma batata não pode trocar naturalmente os seus genes com uma bactéria. Graças à engenharia genética, pode-se fazer tal milagre e melhorar a produção.
Isto é um extraordinário campo de investigação. De um dia para o outro, podemos melhorar as culturas de modo a que tenham frutos maiores, sejam mais resistentes às pragas, sejam mais nutritivos, etc, etc Nasce assim a comida Frankenstein (como já muitos lhe chamam) e uma enorme controvérsia à sua volta. Serão seguros? Quais as suas consequências?
É importante referir que os OGM já comprovaram os seus méritos: as suas aplicações na indústria farmacêutica têm ajudado na luta contra várias doenças. A insulina humana, por exemplo, é extraída de microorganismos modificados.
Mas uma coisa é fazer experiências em laboratório A polémica em torno desta questão, nasce quando os agricultores de todo o mundo podem produzi-los no seu backyard.
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Facilmente Propagáveis Bomba Biológica
As culturas transgénicas podem, facilmente, cruzar-se com as convencionais da mesma espécie, o que significa que, quer se queira quer não, todos os nossos alimentos terão um certo grau de contaminação.
No caso do milho, que já é cultivado em Portugal, é obrigatória uma distância de 200 metros para culturas convencionais, e 300 metros para biológicas mas pode ser substituído por 50 metros desde que sejam colocadas 28 linhas de milho.
Estas distâncias, conferem uma fraca protecção e são manifestamente insuficientes, dado que o pólen pode percorrer distâncias muito superiores.
Em todo o mundo, já existem casos em que os produtores biológicos tiveram de desistir do ramo, por já não terem sementes puras estavam todas contaminadas.
Principio da Precaução
Generalizar a produção agrícola de ONGs é abrir uma caixa de Pandora as consequências serão imprevisíveis. Historicamente, temos exemplos de produtos que inicialmente eram considerados seguros e foram utilizados em grande escala. Lembram-se dos CFCs? A princípio eram óptimos. Estáveis, duráveis, não poluentes até se descobrirem o seu efeito na camada do Ozono e no aquecimento global.
Assim, as associações ambientalistas invocam a aplicação do princípio da precaução: as culturas não deviam ser disseminadas, pois as consequências dos OGMs ainda não são totalmente conhecidas.
Mais grave que isso a tecnologia usada, ainda não é totalmente dominada. Já foram produzidos e vendidos produtos com mais transgenes do que o previsto, como foi admitido pela empresa Monsanto a mais conhecida do Sector.

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Os OGMs por cá
Em Portugal já se pode cultivar milho transgénico. As primeiras colheitas parecem ter sido vantajosas: tiveram uma boa produção e não precisaram de tantos herbicidas.
Receia-se que o futuro não seja tão risonho e se tais receios forem confirmados, já será impossível voltar atrás.
Todos nós temos opção de escolha: podemos escolher se queremos correr os eventuais riscos do seu consumo, podemos escolher se queremos apoiar nesta modificação radical no mundo. O problema é que em breve pode não ser possível optar, já que as alterações serão irreversíveis. Parece que a maior parte da população está receptiva ao problema e prefere alimentos não modificados. Assim a comissão europeia deliberou que é obrigatório rotular os produtos, se 1% dos ingredientes são GMs. Mais informações sobre os OGMs no mercado em: http://weblog.greenpeace.org/ge/action.html
É um tema que, para a sua importância, tem sido muito pouco falado. Estranhamente a oposição tem sido feita maioritariamente por associações ambientalistas apesar de as consequências afectarem-nos à população em geral, agricultores incluídos. É vital que haja uma grande discussão e uma cuidada reflexão sobre os Frankensteins que podem ser libertados.
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Notas:
Dado que os OGMs comportam riscos, porquê utilizá-los?
Controle de pragas As plantas podem produzir os seus próprios insecticidas, o que nos poupa o trabalho de os aplicar; Outras são resistentes aos herbicidas, logo poderão ser aplicadas maiores quantidades para matar as ervas daninhas, sem prejudicar as culturas.
Diminuição da fome mundial mais comida=menos fome, logicamente Mas só se a comida chegar a todos. Actualmente a produção é suficiente para todos, mas é mal distribuída.
Enriquecimento nutricional Podem-se introduzir nutrientes em falta nos alimentos GM
Indústria Farmacêutica Pode-se guardar os princípios activos dos medicamentos, nos alimentos. Diminuição das doenças
Melhoramento ambiental Modificando plantas para recolherem maior quantidades de contaminantes, podemos limpar o meio ambiente.
E quais serão os riscos?
Potencialmente perigosos para a saúde Os testes são rigorosamente feitos, mas por períodos curtos; perigo de reacções inesperadas, q não foram testadas, perigo de reacções alergénicas;
Novas doenças/organismos mais resistentes Os vírus, quando expostos aos OGMs podem mutar para formas mais perigosas. As bactérias patogénicas também se tornam mais perigosas e resistentes.
Aumento do consumo de herbicidas Se os OGMs são mais resistentes porque não arrasar os trevos com toneladas de herbicidas?
Aumento de toxicidade da água, solo e dos alimentos; Eliminação de organismos benéficos; Aumento das resistências das ervas daninhas por consequência directa do ponto anterior
SuperPragas! Quando um OGMs cruza-se com uma espécie nativa, criam-se híbridos com as resistências dos OGMs. E como nos livrar desses organismos indesejados, se são resistentes aos herbicidas?
Alteração dos ecossistemas as plantas trangénicas, se não têm predadores naturais, facilmente competirão com as outras e, nalguns casos, são tóxicas para a vida selvagem (mesmo fora do campo de cultivo).


Questões melindrosas sobre os OGMs
o Os testes de segurança alimentar são feitos pelas companhias que estão interessadas em vender.
o Os agricultores não podem guardar sementes para a colheita seguinte. Terão de voltar a comprá-las às empresas detentoras das patentes; Assim as empresas conseguem um enorme controlo na economia. A única excepção é o arroz dourado que em princípio será cedido gratuitamente, para atenuar os problemas nutricionais que afectam principalmente a Ásia.
o Grande parte da carne que comemos vem de animais alimentados com transgénicos.
o As empresas de OGMs conseguem duplicar os lucros quando fazem organismos resistentes aos seus próprios herbicidas, para depois serem mais largamente utilizados.
o A formação sobre a utilização de OGMs é deixada a cargo das empresas interessadas.
Animais GMs?
Infelizmente a ciência continua a dar passos no mundo sádico das experiências com animais. Nenhum animal Frankenstein foi ainda lançado no mercado para consumo humano, mas os laboratórios já mostraram com orgulho os seus novos pupilos. Eis alguns exemplos:
o Galinhas sem penas (Israel) mais facilmente processadas no matadouro.
o Peixes fluorescentes (EUA) inicialmente para o controlo da qualidade das águas, deverão ser vendido como peixe de aquário.
o Salmão melhorado (EUA) -  Crescimento mais rápido.
o Ratos Florescentes (China) curiosidade académica.

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