| Viajar de Transportes Públicos na
Área Metropolitana de Lisboa chega a ser um caos e isso
afecta todos aqueles que deles dependem para chegar à FCT.
Há problemas de horários, de número de
carreiras e viaturas que servem o Campus, uma falta de Intermodalidade,
já que os horários dos Comboios e dos Autocarros
não estão articulados, entre outras
questões que têm causas e também
soluções, para as quais é preciso ter
uma visão a nível regional.
Confrontados com a dificuldade de usar os Transportes
Públicos, muitos FCTenses optam pelo uso do Transporte
Individual, o vulgar automóvel, justificando-se com a falta
de condições da actual Rede Metropolitana de
Transportes Públicos e com o facto de se tornar por vezes
vantajoso em termos económicos e de tempo. Por seu lado, o
Estado e as empresas transportadoras "assobiam para o ar" e
não resolvem os problemas, contribuindo também
para que não se aproveitem as potencialidades de uma boa
Rede.
De facto, o Transporte Individual é mais
flexível, confortável e, frequentemente, mais
rápido, de exploração cada vez mais
económica e, individualmente, também cada vez
menos poluente. No entanto, em função do seu
sucesso, torna-se cada vez mais gerador de impactos fortemente
negativos, designadamente ao nível energético e
ambiental, dos congestionamentos que cria, do consumo desregrado de
espaço que provoca e da alta sinistralidade a que
está associado e exige investimentos cada vez mais pesados
em infraestruturas viárias.
Por seu lado, o Transporte Público apresenta uma
flexibilidade que depende da aceitação da
intermodalidade, um conforto que só recentemente
começou a ser assegurado, uma maior rapidez mas apenas nos
corredores segregados (de metropolitanos, eléctricos e
faixas bus), custos unitários baixos por unidade de
capacidade oferecida mas com taxas de utilização
muito variáveis, ambientalmente mais sustentável
embora congestionado nas horas de ponta, ocupando pouco
espaço mas, por vezes, de forma intrusiva, onde se associa a
sua utilização à descida na hierarquia
social e, que requer, também, investimentos muito pesados em
infraestruturas rodoviárias e ferroviárias.
Mas se se optar massivamente pelo Transporte Público, Lisboa
precisará de uma Rede Metropolitana adequada e, na
perspectiva de muitos estudiosos da matéria, uma Rede destas
cá tem a vantagem de se poder utilizar três tipos
de Transportes, Rodoviário, Ferroviário e
Fluvial, o que cria um Sistema multi-modal que permite três
soluções no caso da travessia do Tejo e outras
três soluções para deslocamentos dentro
da margem norte ou da margem sul, se considerarmos que a
opção Ferroviária inclui Comboios
Suburbanos e os dois Metropolitanos, o de Lisboa e o futuro Metro do
Sul do Tejo.
Para tudo isto funcionar, é necessário uma rede
Ferroviária que ligue todos os Subúrbios, com a
alternativa de uma rede Rodoviária paralela e
simultaneamente complementar, novas ligações
fluviais entre as duas margens e a mesma margem, nomeadamente uma
ligação Barreiro - Almada, entre outras, e uma
politica de preços que vise a criação
de um Titulo de Transporte Único para toda a Rede, tornando
as viagens mais baratas, horários adequados às
realidades, assim como a criação de uma vasta
Rede de Interfaces de vários tipos de transportes
colectivos, apetrechada por uma outra rede, neste caso de
Parques de Estacionamento, o que permite aos utentes deixar o
Transporte Individual, não o utilizando no centro de Lisboa
ou qualquer outro local.
Contas redondas e generalizando os casos, seria possível
fazer numa hora o caminho Casa-FCT e não as actuais duas
horas. E preços? Com uma verdadeira politica reguladora,
entre 30 a 40 seria possível ter um
passe válido para TODOS os transportes e não para
alguns que às vezes não são
tão práticos (quem não acha
estúpido que tendo o L123 não se pode andar no
comboio da ponte?). E tempos? Actualmente demora-se cerca de meia hora
de carro (casos gerais) e gasta-se cerca de 100 euros por mês
em gasolina (está bem que tenho um Fiat Uno que consome que
nem um cavalo, mas se pensarmos bem, não foge muito deste
valor). Com transportes adequados, a tal hora e MENOS 60 a 70 EUROS!
Mais meia hora compensará menos 60 euros? Acredito que sim,
já que não é só em termos
monetários que a Rede Metropolitana é melhor. Com
a Rede a funcionar, são menos os automóveis a
circular, são menores as emissões de CO2 para a
atmosfera, ganha o ambiente, ganhamos todos. Diminui a sinistralidade e
um sem número de vantagens que para mim fazem seriamente
ponderar a meia hora perdida e os 60 poupados.
Mas este é um tema que merece ser ainda mais discutido e
reflectido, já que cada caso é um caso, mas que
é importante que todos pensemos que depende de todos e de
cada um de nós.
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