Mobilidade - Um Problema dos FCTenses

por Factus FCT - quinta-feira, 19 de outubro de 2006 às 14:31
 
Viajar de Transportes Públicos na Área Metropolitana de Lisboa chega a ser um caos e isso afecta todos aqueles que deles dependem para chegar à FCT. Há problemas de horários, de número de carreiras e viaturas que servem o Campus, uma falta de Intermodalidade, já que os horários dos Comboios e dos Autocarros não estão articulados, entre outras questões que têm causas e também soluções, para as quais é preciso ter uma visão a nível regional. 
Confrontados com a dificuldade de usar os Transportes Públicos, muitos FCTenses optam pelo uso do Transporte Individual, o vulgar automóvel, justificando-se com a falta de condições da actual Rede Metropolitana de Transportes Públicos e com o facto de se tornar por vezes vantajoso em termos económicos e de tempo. Por seu lado, o Estado e as empresas transportadoras "assobiam para o ar" e não resolvem os problemas, contribuindo também para que não se aproveitem as potencialidades de uma boa Rede.
De facto, o Transporte Individual é mais flexível, confortável e, frequentemente, mais rápido, de exploração cada vez mais económica e, individualmente, também cada vez menos poluente. No entanto, em função do seu sucesso, torna-se cada vez mais gerador de impactos fortemente negativos, designadamente ao nível energético e ambiental, dos congestionamentos que cria, do consumo desregrado de espaço que provoca e da alta sinistralidade a que está associado e exige investimentos cada vez mais pesados em infraestruturas viárias.
Por seu lado, o Transporte Público apresenta uma flexibilidade que depende da aceitação da intermodalidade, um conforto que só recentemente começou a ser assegurado, uma maior rapidez mas apenas nos corredores segregados (de metropolitanos, eléctricos e faixas bus), custos unitários baixos por unidade de capacidade oferecida mas com taxas de utilização muito variáveis, ambientalmente mais sustentável embora congestionado nas horas de ponta, ocupando pouco espaço mas, por vezes, de forma intrusiva, onde se associa a sua utilização à descida na hierarquia social e, que requer, também, investimentos muito pesados em infraestruturas rodoviárias e ferroviárias.
Mobilidade - Um Problema dos FCTenses
Mas se se optar massivamente pelo Transporte Público, Lisboa precisará de uma Rede Metropolitana adequada e, na perspectiva de muitos estudiosos da matéria, uma Rede destas cá tem a vantagem de se poder utilizar três tipos de Transportes, Rodoviário, Ferroviário e Fluvial, o que cria um Sistema multi-modal que permite três soluções no caso da travessia do Tejo e outras três soluções para deslocamentos dentro da margem norte ou da margem sul, se considerarmos que a opção Ferroviária inclui Comboios Suburbanos e os dois Metropolitanos, o de Lisboa e o futuro Metro do Sul do Tejo.
Para tudo isto funcionar, é necessário uma rede Ferroviária que ligue todos os Subúrbios, com a alternativa de uma rede Rodoviária paralela e simultaneamente complementar, novas ligações fluviais entre as duas margens e a mesma margem, nomeadamente uma ligação Barreiro - Almada, entre outras, e uma politica de preços que vise a criação de um Titulo de Transporte Único para toda a Rede, tornando as viagens mais baratas, horários adequados às realidades, assim como a criação de uma vasta Rede de Interfaces de vários tipos de transportes colectivos, apetrechada por uma outra rede, neste caso de  Parques de Estacionamento, o que permite aos utentes deixar o Transporte Individual, não o utilizando no centro de Lisboa ou qualquer outro local.
Mobilidade - Um Problema dos FCTenses
Contas redondas e generalizando os casos, seria possível fazer numa hora o caminho Casa-FCT e não as actuais duas horas. E preços? Com uma verdadeira politica reguladora, entre 30 a 40 seria possível ter um passe válido para TODOS os transportes e não para alguns que às vezes não são tão práticos (quem não acha estúpido que tendo o L123 não se pode andar no comboio da ponte?). E tempos? Actualmente demora-se cerca de meia hora de carro (casos gerais) e gasta-se cerca de 100 euros por mês em gasolina (está bem que tenho um Fiat Uno que consome que nem um cavalo, mas se pensarmos bem, não foge muito deste valor). Com transportes adequados, a tal hora e MENOS 60 a 70 EUROS! Mais meia hora compensará menos 60 euros? Acredito que sim, já que não é só em termos monetários que a Rede Metropolitana é melhor. Com a Rede a funcionar, são menos os automóveis a circular, são menores as emissões de CO2 para a atmosfera, ganha o ambiente, ganhamos todos. Diminui a sinistralidade e um sem número de vantagens que para mim fazem seriamente ponderar a meia hora perdida e os 60 poupados.
Mas este é um tema que merece ser ainda mais discutido e reflectido, já que cada caso é um caso, mas que é importante que todos pensemos que depende de todos e de cada um de nós.