Fixismo
FIXISMO
Quando se observam as diferentes espécies, surge a impressão de que elas se mantiveram imutáveis ao longo dos séculos. Por exemplo, as várias gerações de lobos deram sempre origem a lobos e as várias gerações de cães originaram sempre cães, do mesmo modo que das sementes de trigo sempre nasceram grandes cearas verdes.
Considerar que as espécies surgiram tal como hoje se conhecem e se mantiveram imutáveis ao longo do tempo é um princípio fixista que foi aceite durante muitos séculos.
O filósofo grego Anaximandro (611-546 a.C.) é um dos primeiros a adiantar uma explicação para a origem das espécies. Segundo ele, os primeiros animais surgiram da vasa marinha dissecada pelo sol, sendo mais tarde substituídos por outros mais complexos, nomeadamente o Homem, que terá tido a sua origem no ventre dos peixes.
Platão (427-347 a.C.) também um ilustre filósofo grego, explicou a diversidade do mundo vivo pela Teoria das Formas. Segunda esta teoria, todos os seres vivos eram cópias de formas perfeitas, imutáveis e eternas que existiam numa dimensão espiritual.
Aristóteles (384-322 a.C.), profundamente influenciado pelo seu mestre Platão, admitiu que todos os organismos se encontravam organizados de acordo com um plano, mais tarde designado por Scala Naturae. Nesta escala os seres apresentavam-se hierarquizados dos mais simples para os mais complexos, terminando no Homem. A Scala Naturae foi considerada eterna e imutável, tendo cada organismo o seu lugar fixo.
Durante muito tempo, as obras de Aristóteles e do seu mestre Platão, foram uma referência tão forte na civilização ocidental que chegaram mesmo a constituir em alguns casos, obstáculos ao desenvolvimento da Ciência. Estas obras foram copiadas e recopiadas, introduzindo-se por vezes erros, tornando-se assim uma referência obrigatória na civilização ocidental. Por exemplo, na Universidade de Oxford, os professores eram coagidos a ensinar a doutrina de Aristóteles sob a forma de serem severamente castigados.
Na altura, era natural a associação de Platão e Aristóteles ao Cristianismo, a fim de se obter uma visão do mundo que congregasse Religião, Ciência e Sociedade.
Surge assim o Criacionismo, como outra forma de explicação fixista para a origem das espécies. Esta ideia fixista visava que as formas animais e vegetais foram criadas por Deus, num momento único da criação e, porque Deus era perfeito, todo o seu trabalho tinha que ser perfeito.